quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Texto de Eduardo Tude sobre o futuro do voIP


Existe um consenso de que as chamadas telefônicas serão efetuadas utilizando Voz sobre IP. O que não está claro ainda é o modelo de negócios que irá prevalecer na comercialização do serviço.

Existe um consenso de que as chamadas telefônicas serão efetuadas utilizando Voz sobre IP. O que não está claro ainda é o modelo de negócios que irá prevalecer na comercialização do serviço.

No modelo atual a operadora de telefonia, seja ela fixa ou celular, provê o acesso (par de fios até a sua residência, na telefonia fixa, ou wireless no celular) e o serviço telefônico (número telefônico, completamento de chamadas, serviços de correio de voz, etc.). Estas operadoras estão transformando as suas redes em redes IP e utilizando VoIP, mas mudança acaba sendo transparente para o usuário que continua contratando o serviço da mesma forma.

Um modelo alternativo é o oferecido por provedores de VoIP também conhecidos como retail of voice over IP (VoIP). Neste modelo as prestadoras oferecem apenas o serviço telefônico VoIP (número telefônico, completamento de chamadas, serviços de correio de voz, etc.), prestado na Internet. Para utilizar o serviço, o usuário precisa ter contratado antes uma conexão banda larga à Internet de qualquer provedor.

No Brasil existem mais de 50 provedores oferecendo a possibilidade de fazer chamadas VoIP para telefones fixos ou celulares através da Internet. Cerca de 20% deles já oferecem um serviço telefônico VoIP com um número telefônico para receber chamadas de telefones fixos ou celulares.

O número de assinantes de serviço telefônico VoIP na Internet no mundo atingiu a marca de 18,7 milhões em 2005 (Fonte: Point-Topic), o que representa 1,5% dos total de telefones fixos. Japão, França e Estados Unidos são os países com o maior número de assinantes.

A Vonage é a maior prestadora de serviço telefônico VoIP nos Estados Unidos. Quem tem uma conexão banda larga à Internet pode contratar o serviço telefônico VoIP dela mantendo inclusive o seu número telefônico (nos Estados Unidos já existe portabilidade numérica). A operadora possui mais de 2 milhões de assinantes.

Uma prestadora como a Vonage poderá ser utilizada inclusive para fazer chamadas através do celular, utilizando o serviço banda larga de dados oferecido por sistemas de 3ª Geração.

No Brasil ainda não existe uma prestadora de serviço telefônico VoIP com número relevante de assinantes. Este modelo de negócios encontra resistência nas operadoras que, com o triple ou quadruple play, estão buscando vender pacotes de serviços que incluem telefonia, banda larga e TV por assinatura.

O modelo que vingará por aqui ainda é uma incógnita e ainda não está claro que se há espaço para uma operadora tipo Vonage.

Eduardo Tude é Engenheiro de Telecomunicações há mais de 25 anos, tendo ocupado posições de Direção em várias empresas do setor. Atualmente é sócio e presidente da Teleco. Nesta coluna o especialista aborda as novidades do mercado de telecomunicações no Brasil. E-mail: etude@teleco.com.br

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