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Vamos fazer um panorama de como poderíamos tornar viável a convergência digital no Brasil, levando em consideração o processo de desenvolvimento da TIC no Brasil e a participação dos grandes players e das Universidades.
É notório que hoje os grandes players, normalmente grandes multinacionais de TIC, criam suas plataformas e incentivam empresas participantes do ecossistema de TIC a desenvolverem novos negócios sobre elas, agregando assim valor a essas plataformas e também às tecnologias “commoditizadas”. Até agora as empresas brasileiras não foram capazes de criar, sozinhas, uma plataforma tecnológica de TIC grandiosa comercialmente falando, mas elas estão tecnologicamente capacitadas para usufruir das plataformas dos grandes players, fomentando a força brasileira em diversas áreas de aplicação, logo participando ativamente do “mundo TIC” sendo ao desenvolver projetos ou criando novas soluções. Vale ressaltar que este processo é mais válido as plataformas tecnológicas se baseiam em projetos abertos, o que preserva a competitividade de quem atua agregando valor à tecnologia.
É necessário esclarecer que não existe um “processo unilateral de lucro” segundo o qual o pagamento de royalties favorece a penas as multinacionais. Considerar isso é o mesmo que afirmar que as empresas brasileiras não será capazes de criar aplicações de valor sobre as plataformas existentes. Contudo, além das empresas, as universidades também são capazes de fazer isso. E se produzirem tecnologias interessantes para o mercado e o fizerem sobre as plataformas consolidadas pelo mundo, estariam firmes e aptas a exportar sua produção, pois as tais plataformas já foram divulgadas pelos grandes players no mundo.
Para nossa felicidade, esse processo começa de forma bem sucedida no Brasil. Assimilando essas tecnologias e o know-how que compõe essas plataformas consolidadas é fundamental para criar competitividade exportadora para a indústria de TIC local.
Um dos pontos de transferência de maior impacto é através de associações com o ensino superior., pois além do fortalecimento do ecossistema da tecnologia, há aumento da qualidade das pesquisas e extensões das universidades. Grandes empresas como a Intel, Microsoft, IBM e outras se aproximam das universidades para transferir o know-how de suas plataformas tecnológicas para que a comunidade acadêmica possa assimilar, divulgar e, a partir daí, criar e desenvolver sobre as mesmas.
Com a Lei de Inovação, devemos por venturar acelerar o processo da associação Universidade-Empresa, pois agora temos o “aval federal”. Além do fomento às pesquisas básicas, ou seja, tecnologias em uso, também precisamos de de apoio nas pesquisas aplicadas. Nota-se que este apoio virá fundamentalmente do setor privado, vejamos:
+Em 2004 a Intel mostrou uma iniciativa chamada “Wireless Competence Network”, uma rede de tecnologias wireless formada por pesquisadores da USP, UFPE, UNICAMP e UNESP. Esta iniciativa tem como objetivo acelerar o avanço do ecossistema wireless no Brasil.
+A Microsoft, mantém parcerias com 17 universidades, investindo desde 2001, 50 milhões de reais em centros desenvolvimento espalhados pelo Brasil.
+A Microsoft, mantém parcerias com 17 universidades, investindo desde 2001, 50 milhões de reais em centros desenvolvimento espalhados pelo Brasil.
No caso da Convergência Digital, os grandes players atuam em parcerias ou alianças combinando suas plataformas, pois assim fica mais viável a assimilação dos pequenos desenvolvedores para com a sua ferramenta de trabalho. A condição maior das parcerias dos grandes players é o fomento de um ecossistema capaz de oferecer ao mercado de TIC os recursos necessários para que as plataformas sejam exploradas e ofereçam soluções e produtos para o Brasil. Logo os alunos, mesmo que recém-formados, já terão fluência nas novas tecnologias.
Fonte: http://www.ibcd.com.br/edicoes/n_03/era_convergencia.htm
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